8 de março de 2010

Serão todas as influências derivadas dos videojogos nefastas para o comportamento dos jovens?


É comum ouvirmos na televisão, lermos em revistas e jornais ou mesmo ouvirmos pais e encarregados de educação falar sobre os efeitos negativos que os videojogos têm sobre os jovens. Mas o que raramente se ouve falar é sobre os efeitos positivos que os videojogos podem ter. Convém começar por frisar que os efeitos benéficos variam de tipo de jogo para tipo de jogo, e dentro de um mesmo tipo variam de jogo para jogo.

Comecemos por referir as vantagens a nível educacional que os videojogos oferecem. Os contextos históricos e sociais em que a história de um jogo se insere, se for bem retratada, pode facilmente ser interiorizada pelo jogador, de modo a compreender a época retratada, assim como entender as interacções sociais da época. Também os valores éticos e morais presentes no jogo podem ser incorporados pelo jovem. Os videojogos podem também desenvolver as capacidades linguísticas, de leitura e capacidade matemáticas dos jovens, se o jogo, no seu mecanismo incorporar métodos que estimulem estas capacidades.

Já a nível físico, os jogos podem estimular a coordenação entre a vista e os movimentos das mãos, desenvolver capacidades de reacção. Pode estimular os jogadores para a prática de desportos ou actividades físicas ao ar livre. A nível psicológico podem aumentar a capacidade de resposta mental a problemas, o aumento da velocidade na resposta a estímulos e formulação de hipóteses para a resolução de problemas.

Também a nível social se podem encontrar benefícios. Os videojogos podem desencadear uma desinibição dos jovens para o contacto verbal, podem estimular a cooperação interpessoal, assim como a mediação ou mesmo a negociação.

De um modo geral podemos dizer que os videojogos estimulam o corpo e a mente, desencadeando respostas que melhoram as capacidades dos jovens. Contudo nem todos os estímulos são bons. Como se pode constatar num texto anterior deste blog, os efeitos dos videojogos provam-se bastante nefastos quando os jovens ficam viciados.

O vício trará problemas não só psicológicos como físicos. Jogar desenfreadamente, afecta a vista, e o corpo em geral. Pode privar os jovens de um sono descansado, pode diminuir os cuidados de higiene (visto que por tanto jogar, estes cuidados são negligenciados), pode causar dores nas costas e mãos, levando a problemas mais profundos. Não nos podemos esquecer que a privação de contextos sociais devido aos videojogos podem também ser um grave problema. Mas quanto a isso é difícil provar ou estudar devido às interacções existentes nos videojogos com componentes online. Pois fica sempre no ar a questão: poderão as relações sociais virtuais substituir as relações sociais reais?

Quanto à nossa experiência e avaliação com base em exemplos que presenciamos, arriscamos dizer que as relações sociais virtuais são um complemento às relações sociais reais, contudo, de modo algum as poderão substituir! A privação de ambientes sociais reais irão levar a que o jovem, quando tiver necessidade de abandonar o local de jogo, não se saberá comportar. Terá assim um défice de socialização, contribuindo para a sua exclusão social.

Uma das consequências dos videojogos é a influência que estes têm nos comportamentos dos jovens, mais especificamente, comportamentos violentos. Num texto que iremos adicionar, abordaremos mais detalhadamente esta questão. Falando de benefícios que advém dos videojogos, ou das consequências que destes surgem, não podemos nunca esquecer que estas duas questões são faces da mesma moeda. Não se pode falar de benefícios sem rondar os efeitos nefastos. Assim, quando um jovem se dispõe a jogar a um jogo, cabe a ele conseguir interpretar o jogo, de modo a absorver as suas virtudes e evitar as más influências.

Independentemente de todos os factores, os videojogos são e serão sempre uma divertida forma de aprender.

Imagem gentilmente cedida por: João Maria Ferreira

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